terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Uma caixinha de surpresas

Sempre que eu me deparo com um acontecimento inesperado, me pego dizendo uma frase, usada, se não me engano, por um humorista brasileiro. Ele diz que “a vida, essa sim, é uma caixinha de surpresas”. Taí uma coisa muito divertida e da qual eu acho que vale a pena falar, especialmente nesse período em que nos despedimos de um ano para receber outros 365 dias novinhos em folha.
Você, como eu, deve ter tido algumas surpresas desagradáveis em 2009. Mas tenho certeza de que também vai cantar aquela musiquinha em que diz adeus ao “ano velho” relembrando um montão de coisas boas que rolaram, muitas delas sem o mínino esforço da sua parte, quase como obra do acaso. Pode ser uma garota que você detestava – ou achava que detestava – e que virou uma grande amiga, do nada. Ou a oportunidade de uma viagem que não estava nos planos. Ou a ficada com um garoto em quem você não apostava nenhuma ficha e que foi uma curtição só. Pois é, às vezes é de onde menos esperamos que vêm as tais surpresas,especialmente as boas.
E é justamente essa falta de controle sobre o que vai nos acontecer amanhã que dá graça aos nossos dias. A gente sonha, faz planos, bola estratégias mirabolantes para alcançar o que desejamos. Mas, muitas vezes, morremos na praia e os rumos que a vida toma mudam completamente a nossa direção. Tipo: passamos meses de olho num menino, até ficar com ele. Mas, quando tudo parece estar conspirando a nosso favor, o bofe resolve sumir. O que sobra é aquela tristeza, uma sensação de derrota que é de matar. Mas, no dia seguinte – ou talvez algumas semanas ou meses depois –, acabamos percebendo que aquela história não poderia ter tido um desfecho melhor. E um outro garoto muito mais interessante aparece e, sem que a gente se dedique tanto a impressioná-lo, a química simplesmente acontece. Naturalmente.
Então, aproveitando que mais um fim de ano se aproxima e que o momento é de espantar o baixo astral, que tal pensar mais nesses presentes que recebeu da vida e menos naquelas expectativas que, no fim, não deram em nada? Esqueça os romances que podiam ter sido, as festas que você perdeu, os enganos que cometeu, consigo mesma e com os outros. Tente lembrar só das boas surpresas, daquelas vezes em que você pensou “não acredito que isso está acontecendo mesmo!”, com um baita sorriso nos lábios. Se forçar a memória, vai resgatar vários momentos desses, nem sempre provocados por um grande acontecimento, mas que têm a ver com os pequenos prazeres do dia a dia. Juntando todas essas conquistas – umas maiores, outras, nem tanto -, vai ver que 2009 não foi tão ruim. E que vale a pena começar 2010 com tudo em cima, desencanada de fazer tantos planos e mais aberta para acolher o que a vida tem a lhe oferecer. Pode apostar que muitas experiências boas, alegrias e aprendizados estão reservados logo ali, no futuro, pra você. Alguns vão surgir na sua vida de modo inesperado, o que os deixará ainda mais interessantes.
Se não deu certo neste ano que passou, é porque não era esse o melhor caminho mesmo. Acredite: o melhor ainda está por vir! Então, bora receber esse ano novo de braços, olhos e coração bem abertos!

Por que brigamos tanto?

Você já parou pra pensar sobre isso? Com as amigas, com o namorado, com os pais, por que será que é tão difícil chegar a um senso comum, compartilhar opiniões, entrar em sintonia? Eu tenho lá meus palpites – como sempre! Acho que é porque nós somos diferentes mesmo, por natureza. Cada um de nós tem o seu jeito de olhar o mundo, de ver a si mesmo e aos outros. Mas o problema todo não é esse. Nossa maior dificuldade é aceitar esses pensamentos que não batem, a gente simplesmente não consegue fazer isso, já reparou? Basta a sua mãe achar que você não deve ir àquele show e a primeira reação, antes mesmo de ouvir o argumento dela, é rebater, tentando explicar porque a balada é do tipo tem-que-ir. Se for o pretê, a gente até alivia na discussão, mas, no fundo, gostaria de fazer ele mudar muitas das opiniões que tem. Com as amigas, nem se fale, qualquer bobagem é motivo pra conflito.
Mas e se, por outro lado, a gente desistisse de fazer os outros pensarem exatamente como nós pensamos e tentássemos aprender com o ponto de vista deles? Isso significa estar mais aberta para o diálogo e a negociação e sair daquela posição defensiva, que é a que nos deixa mais vulnerável à agressão.
Penso nisso porque, durante muito tempo, fui dessas pessoas que se orgulha de dizer que “não leva desaforo pra casa”. Bastava receber uma palavra atravessada e eu respondia à altura, sem pensar duas vezes. Porém, mesmo vencendo esses embates – e humilhando o adversário – eu sempre saía perdedora das discussões e brigas em que me metia. Entre a raiva e a culpa que carregava comigo, só conseguia arruinar o meu dia. Aos poucos, fui tentando controlar meus impulsos e hoje escuto algumas bobagens caladas, certa de que não vale a pena se desgastar tanto por tão pouco. Verdade! Se você analisar, vai lembrar de brigas feias - e que a fizeram sofrer muito - que começaram por um motivo bobo, mesquinho, totalmente sem importância...
Ainda existem situações em que eu parto para a discussão mesmo, afinal, não tenho sangue de barata. Mas até nesses momentos tento tomar cuidado com o que digo e com a minha forma de agir, para não me arrepender depois.
Então, se você anda brigando até com a sombra – além de cuidar da TPM! – que tal exercitar a sua capacidade de aceitar o diferente? É simples! Se a sua amiga odeia Simple Plan, pra que perder tempo tentando fazê-la acreditar que o som deles é bem melhor do que o da banda de rock pesado que ela curte? Não sofremos por pensar diferente, mas por querer convencer o mundo de que o nosso modo de pensar é o mais correto.
Daqui pra frente, quando pintar aquela vontade louca de soltar os cachorros em cima de alguém, respire fundo e tente entender o lado dele. Se não der certo, faça um esforço sincero para encontrar, em conjunto, um caminho do meio. Mas, sempre que possível, não entre numas de discutir. Um papo aberto, com respeito e sem baixarias, esse sim facilita e fortalece qualquer relacionamento.

Ai, que medo!

Aposto que você já se pegou dizendo essa frase pelo menos um milhão de vezes. Isso acontece porque a gente passa boa parte do tempo preocupada com aquelas coisas que nos ameaçam: tem medo de perder o ano na escola, de ficar doente, de brigar com a melhor amiga, de pagar um mico na frente daquele menino lindo. Alguns medos, no fundo, se justificam. E fazem bem pra gente. É justamente quando a professora toca um terror, depois de uma péssima nota na prova, que resolvemos nos mexer para estudar sério. Nesse caso, somos movidas não pelo desejo de aprender ou pela responsabilidade em si, mas pelo medo. Quando os amigos – ou o namorado - nos propõem algo que a gente sabe que não é legal, lá vem ele de novo, nos chamando de volta à razão e nos forçando a dizer algo como: “Tô na boa. Deixa pra próxima...”.
Eu confesso, foi por puro medo que deixei de fazer um monte de besteiras na adolescência. “Mas e se meus pais descobrirem?”, eu pensava, e saía de fininho, pra passar bem longe de qualquer roubada. Hoje estou convencida de que foi bem melhor assim.
Só que, ao mesmo tempo, tenho uma implicância danada com essa história de medo. Se ele nos protege em diversas situações da vida, também é o responsável por nos deixar meio paralisadas em outras. Isso porque, do mesmo jeito que temos medo de ameaças reais, criamos perigos imaginários e esses nos fazem perder grandes oportunidades, sem trazer nenhum benefício em troca. Explico: é como o medo de parecer ridícula. Ele nos faz, em muitas situações, abrir mão das nossas vontades e opiniões, daquilo que nos faz autênticas e, por isso mesmo, especiais. Mais ou menos como quando a turma toda resolve odiar Jonas Brothers e a gente, por puro medo de não agradar, acaba entrando na onda, e finge que também “já passou dessa fase”. Mas ouve em casa escondido, quando não tem ninguém por perto.
Também é um medo bobo o que nos faz desistir dos nossos sonhos, todos os tipos de sonhos. Muitas vezes, pelo medo de perder, preferimos nem lutar, guardamos as nossas forças, as nossas melhores qualidades, todo o nosso potencial num cantinho escondido. E dizemos a nós mesmas que está tudo bem, quando, na verdade, estamos é acomodadas, infelizes, tentando nos convencer de que a vida sem certa dose de risco também pode ser deliciosa de viver. Será?
Desconfio muito desse medo que, na realidade, é o medo de ser feliz, de se mostrar para o mundo, de defender tudo aquilo em que acreditamos, de ir muito além do que os outros esperam de nós.
Se o medo é bom, por um lado, por outro merece ser olhado bem de perto por cada uma de nós, com um olhar bem desconfiado, se possível. Que tal começar a se perguntar: “Será que essa situação é mesmo tão ameaçadora quanto eu estou imaginando?”, “Qual é a pior coisa que pode acontecer se isso der errado?”. Assim, talvez consiga chegar ao meio termo.
Se arriscar de bobeira é burrice. Mas se jogar na vida, em busca de sonhos grandes e de uma felicidade de verdade, isso, sim, compensa qualquer maluquice.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O lado bom da adolescência

Você, como a maioria das meninas, vive com pressa de chegar logo aos 18? Então, essa mensagem é pra você. Nada de torcer o nariz, vai! Se pensar bem, verá que a adolescência, tem sim, uns lances que vão marcar a sua vida para sempre, e de um jeito bem especial. Quer alguns exemplos? Em primeiro lugar, é nessa fase da vida que vivemos as nossas maiores paixões, aquelas capazes de nos tirar de órbita totalmente, de nos fazer esquecer tudo, absolutamente tudo, só por causa do ser amado.
Os amigos, claro, também são um motivo e tanto para curtir esse período entre a infância e a vida adulta. Quando pequenos, não sabemos ainda valorizar a turma. E, mais velhos, em geral, não temos tanto tempo para nos dedicar a ela. Além disso, os jovens têm facilidade em fazer novos amigos, são espontâneos e sinceros nos seus relacionamentos.
E tem mais, adolescentes aprendem muito rápido o que quer que seja: a tocar um instrumento, a falar uma nova língua, a operar um programa de computador que parece dificílimo para os adultos. Isso tudo, óbvio, abre um mundo de possibilidades. Afinal, você pode virar expert no que quiser. E em pouco tempo.
A adolescência é, ainda, uma época de grandes descobertas: novos filmes, livros, bandas, músicas... Algumas referências serão levadas pela vida toda, de tanto que você vai curtir. Outras, ficarão esquecidas num canto da estante assim que a moda passar.
Pra ajudar, a maioria das meninas, antes dos 20 e poucos anos, não têm aquele monte de preocupações e responsabilidades de uma mulher, tipo: e se a grana não der para todas as contas no fim do mês? O que vamos ter para o almoço? E como vai ficar meu emprego com a crise? Entre outras chateações típicas.
Ainda não tá convencida de que ser adolescente é tudo de bom? Já parou pra pensar que é na juventude que você vai escolher seus ídolos, sua profissão, seus namorados... o que é muito divertido, no fim das contas? Na vida adulta, na maior parte do tempo, não estamos mais decidindo, mas sofrendo as consequências das escolhas que já fizemos... o que é barra!
Ser adolescente é, ainda, contestar regras, o que até pode trazer algum sofrimento. Por outro lado, com a sua rebeldia característica, são os jovens que sacodem o mundo, forçando uma mudança pra melhor.
Os pais, nessa fase, ainda nos tratam como crianças, pelo menos de vez em quando. O que tem o lado bom de sermos paparicadas e de nos sentirmos protegidas e amparadas quando algo vai mal. Depois que crescemos, eles normalmente continuam desempenhando esse papel. Só que, quanto mais velhos ficamos, mais vergonha temos de pedir colo.Não quero dizer, com tudo isso, que a vida adulta será uma chatice só. Assim como a adolescência, ela oferece boas experiências e outras que não são tão bacanas assim. O grande barato é que, a cada fase, as emoções são diferentes, assim como as descobertas e as lições que aprendemos. Por isso, o melhor é não perder nada, tentar sempre encontrar algo de positivo nas coisas como elas são. Assim, em vez de entrar numas de reclamar e de achar tudo um tédio, seremos capazes de nos divertir bem mais. Faz o teste aí e me conta se deu certo. Por hora, tudo o que tenho a dizer é: feliz adolescência pra você!

Tudo que é bom dura pouco

Será? Eu já usei milhões de vezes essa frase aí em cima e acredito que você também tenha caído nessa. Ela serve direitinho para justificar um monte de decepções que a gente sofre na vida: um namoro que tinha tudo para dar certo e acabou por causa de um ciúme bobo, um emprego ou um curso bacana que a gente perde do nada, uma amizade dessas grandes que vai sumindo e sumindo até desaparecer por completo - por causa da distância ou de um desentendimento qualquer. Nessas horas, bate aquela tristeza e um tipo de saudade antecipada de tudo o que poderia ter sido e não foi. E pior: nem vai ser. Natural esse nozinho na garganta. Afinal, quando não é a gente quem coloca um ponto final em determinadas situações, é como se estivessem nos roubando algo, é essa sensação de frustração que persiste. Mas, em geral, o que nos “roubam” não era mesmo nosso. A idéia é que a gente aproveitasse por um período. E só.
O problema é que começamos a desejar que certas coisas durem PARA SEMPRE , só porque NAQUELE MOMENTO nos parecem convenientes. Mas a verdade é que, em geral, quando o pior do sofrimento passa, a gente percebe que o tal namoro, curso ou amizade pelo qual tanto choramos nem era, assim, tuuudo aquilo que imaginávamos... Com o tempo, as coisas voltam a ser do tamanho que sempre foram, descontados os exageros das nossas expectativas. E novas oportunidades se abrem à nossa frente, maiores e melhores.
Por isso, antes de me lamentar novamente por algo que “durou pouco”, acho que vou começar a pensar duas, três vezes. No fundo, todos os romances, as amizades, as oportunidades duram o tempo exato, o suficiente para que a experiência valha a pena. O que acontece é que a vida vai e vem, em ciclos. E um precisa terminar para que a gente se sinta livre, forte, capaz de se jogar no novo.
Recomeçar – seja o que for – dá sempre um friozinho na barriga. Mas é preciso se desprender do passado para juntar forças e perseguir outros objetivos. Se não foi ou se não é mais, paciência. Importante é ver o lado bom do desafio: agora precisaremos exigir mais de nós mesmas, para vencer as dificuldades que estão ali, bem na nossa frente - e que só poderão ser tiradas do caminho com o nosso esforço pessoal. Dá medo, mas também é gostoso. Que graça teria a vida se ela fosse sempre mais do mesmo, se a gente ficasse acomodado no que é conveniente? Sem essa! Viver é arriscar, é sair do bom para encontrar o melhor, não importa por quanto tempo a felicidade vai durar. O bacana é justamente poder perder, chorar, sofrer... para depois redescobrir o prazer de sorrir, ainda mais confiante na vida e nas pessoas.
Lamentar-se pelos pontos finais que nos surpreendem é normal. Todo mundo tem direito. Mas vale a pena pensar: será que durou pouco mesmo? Ou já estava na hora de partir pra outra?

domingo, 19 de julho de 2009

Simplesmente feliz

O que te faz feliz? Se você não estiver de mau humor, aposto que consegue fazer uma listona de situações que te deixam lá em cima em menos de cinco minutos. Agora, se está demorando para chegar a uma conclusão sobre isso, um aviso de amiga: bora cuidar dessa TPM, menina!
Falo isso porque, mesmo com todos os perrengues da vida, sempre tem um jeito de achar a alegria escondida nas coisas e nas pessoas. Tudo vai da maneira que a gente olha. E de como a gente se olha, no fim das contas. Dependendo de como estamos nos sentindo por dentro, é como se vestíssemos um óculos de lentes coloridas: o mundo lá fora pode ficar azul-lindo ou cinza-chumbo.
Mas, como estamos em pleno mês de férias, quero muito convencer você, até o final deste texto, a usar as boas lentes, aquelas que vão fazer tudo ao redor parecer mais interessante.
Eu, por exemplo, estou tentando ser cada vez mais feliz com menos. E não é tão difícil quanto parece. O que me faz feliz? Ver pela milésima vez o meu filme preferido de amor. Ou fazer uma seleção das músicas mais lindas ever e ficar repetindo mil vezes no I-Pod. Rolar com a minha cachorrinha pelo tapete da sala. Estourar pipoca e comer tudo sozinha, sem culpa. Encontrar as minhas amigas para falar bobagem, rir, tomar sorvete. Ficar o dia todo de pijama, debaixo do edredom fofinho, zapeando a TV e sem pensar – nem lembrar! – dos momentos tristes da vida.
Outro dia assisti a um filme que tem o mesmo título desta seção e que contava a história de uma garota que vivia feliz sempre, o nome dela era Poppy. Pode parecer bobo, falando assim, mas depois de assistir ao filme eu cheguei à conclusão de que a maior bobagem é mesmo ficar desperdiçando a vida com tantas preocupações, picuínhas, baixo-astral. Saí do cinema achando tudo um barato, dei risada pra todo mundo que encontrei no caminho: o pipoqueiro, o cara do estacionamento, a moça desconhecida no elevador. E sabe o que ganhei de volta? Muitos sorrisos!
Então, já que você não vai ter que ir pra escola, que tal tirar esse mês inteiro para se dedicar só àquilo que te faz bem, praticar o que eu chamo de felicidadeterapia? Vale tentar uma receita nova de bolo de chocolate, reler a sua matéria preferida na Atrê, fazer um painel com as fotos que você mais gosta - assim, quando olhar pra elas, vai lembrar que a vida pode ser mais divertida, sempre.
E, quando pintar um obstáculo – uma bronca, uma brincadeira sem graça do irmão, uma chuva forte no dia em que você tinha combinado com a galera de andar de bike no parque – não deixa o mau humor tomar conta, não! Corre logo pro computador e vai ler os blogs mais divertidos que você conhece, liga para aquela amiga fofa e combina um encontro no shopping... tem mil maneiras de deixar as coisas chatas pra lá. É só começar a enxergar aquele montão de coisas legais que você pode colocar no lugar delas. Eu dei algumas idéias aqui, mas você com certeza tem muitas outras estratégias para espantar o mau humor e salvar as suas férias. Tá esperando o quê?

O que é o amor?

Os poetas vivem tentando, mas ninguém conseguiu explicar essa sensação – esse jeito de estar, de corpo e alma – que todo mundo quer experimentar. E eu vou arriscar meus palpites também, emprestando, vez ou outra, uns versos de quem realmente entende do assunto. O poeta Pablo Neruda, por exemplo, disse uma coisa bacana sobre esse sentimento, num de seus poemas: “Tira-me o pão, se quiseres, tira-me o ar, mas não me tires o teu riso”. E eu penso que o amor tem tudo a ver com essas palavras do Neruda. Para mim, amar tem a ver com querer tão bem o outro que simples detalhes – a maneira de sorrir, a voz, o toque – passam a ser viciantes, a gente sente como se não conseguisse mais viver sem!
Só que, muito além de toda a atração física – que faz qualquer um ver estrelinhas onde nem tem céu – o amor, para mim, é uma oportunidade de ser uma pessoa melhor. Disse o Neruda, em outro poema: “Dá-me amor, me sorri e me ajuda a ser bom”. O que ele diz faz todo o sentido porque, ao contrário da paixão, o amor é dedicação pura e a vontade de ver o outro feliz é tanta que fazemos tudo o que podemos – e, às vezes, o que não podemos – para arrancar um único sorriso do ser amado. Afinal, quem é que nunca dispensou “a” balada para dar um colo ao pretê, que estava meio mals? E quem nunca torrou a mesada para comprar um presente bacana de dia dos namorados?
Por essas e outras, acho que o amor é o momento em que percebemos o quanto podemos dar – e abrimos mão mesmo, sem pensar no que estamos perdendo. E, de verdade, nunca perdemos, mesmo que o romance não dê certo. A sensação de amar e de fazer o outro feliz é um prêmio em si mesmo.
Amar de verdade, para mim, também significa aprender a aceitar o outro, mesmo ele sendo diferente da gente. É também apoiar os sonhos dele, mesmo que pareçam maluquice ou bobagem, porque cada um tem o direito de escolher seus caminhos. Só que essas e outras atitudes não envolvem nada além de generosidade, aquela vontade sincera de repartir o melhor que temos em nós.
Aprender a amar é coisa pra vida toda. Mas, quanto mais praticamos, melhor. Se expressamos os sentimentos em atitudes boas, o outro passa a querer retribuir e aí se forma um círculo virtuoso, em que os dois se dão por inteiro e se bastam. Para mim, esse é o segredo dos relacionamentos felizes. Eu vivo um e posso dizer a você: o amor fez de mim uma pessoa muito melhor e valeu pagar cada centavo do seu preço – as dores, os medos, as tempestades que fazem parte da convivência a dois.
Então, nesse mês dos namorados, que tal amar mais e melhor? Para isso, nem precisa estar junto. Basta que você comece a mudar as atitudes com os meninos que estão na sua mira. Deixe de lado as cobranças, as críticas, aquele ciúme que mata e resgate o bom do amor: a compreensão, o carinho, a paciência, essas coisas que estão em falta em todos os mercados do mundo – porque se tivesse pra comprar, até eu queria! Vai ver como as coisas do lado de fora vão mudar, a partir da sua mudança por dentro.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A saudade é um filme sem cor

Que meu coração quer ver colorido. Para mim, essa é a melhor definição desse sentimento que ninguém quer ter mas com o qual todo mundo, em algum momento da vida, acaba esbarrando no caminho. Essa música se chama Brigitte Bardot e é do Zeca Baleiro. Ela traduz, em toda a sua poesia, uma coisa que às vezes aperta o meu peito e aposto que o seu também. Pode ser a saudade de alguém que a gente não vê mais, de um acontecimento muito bom ou de um tempo passado, em que as coisas pareciam mais fáceis. Saudade não é só falta, é também uma baita frustração, porque a gente sente uma vontade imensa de voltar no tempo para “ver tudo colorido” de novo, mas sabe que é impossível.
Esse negócio de “o que passou, passou”, é bom só para os grandes perrengues da vida. Mas é uma verdadeira pena que alguns momentos especiais simplesmente voem, sem a gente se dar conta disso. Cenas tão boas da infância, curtições com os amigos na adolescência, o momento em que descobrimos que o amor que sentimos pelo outro é recíproco – putz, que felicidade! – tudo isso mereceria ser eternizado. E muito mais.
Agora, tem uma coisa: eu curto a melancolia, às vezes choro em silêncio, mas sempre digo pra mim mesma que o jeito é olhar pra frente. Porque tem outra música que diz que “a saudade engole a gente” – essa cantada pela Zizi Possi, a mãe da Luiza. E engole mesmo. Se der espaço, as lembranças vão deixando o peito tão apertado que a vida parece perder toda a graça, todo o brilho. Eu tenho medo desses momentos, que todo mundo vive de vez em quando, em que a dor dói na alma. Essa não tem remédio que melhora e, de verdade, não tem cura mesmo. Convivemos com ela, tentando deixá-la escondida num cantinho, fingindo que não está ali. É a única saída!
Por outro lado, tento pensar que as boas experiências que vivemos nunca ficam perdidas num passado distante. Ao contrário: elas ajudam a moldar a nossa personalidade. Então, aquele parente ou amigo querido que partiu – para sempre ou não – continuará sempre vivendo em nós, não apenas nas doces lembranças, mas também como um pedacinho do que nós somos. O amor que já acabou – e que deixou saudades – idem. É a coleção de foras e frustrações das paixões já vividas que nos prepara para curtir os relacionamentos futuros com mais segurança e maturidade. Pelo menos esse é o meu jeito de dar pra saudade uma cara simpática, tornando-a um troço mais fácil de aturar.
E pensa bem: se o mundo parasse nos momentos bons do passado, todo mundo sairia perdendo. Afinal, o futuro traz sempre mil oportunidades. Então, quando fico triste e com saudade, logo penso: a vida vai sorrir de novo pra mim. E acontece.
O passado passou, é verdade. Mas ele fez de cada uma de nós o que nós somos hoje. Então, as experiências não foram em vão, assim como as lembranças jamais deixarão nossa memória. Nem que a gente queira.
O presente, esse sim, está sorrindo logo ali. E a minha sugestão é: vamos vivê-lo com toda a alegria e intensidade. Assim, daqui a um tempo, sentiremos saudade também desse período, que chamamos de adolescência. Mais saudades? Pois é, só não tem saudades quem passou pela vida e não viveu. E essa não é a sua, né? Nem a minha!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Diga sim!

Se você não assistiu ao filme estrelado pelo Jim Carrey, que se chama Sim Senhor, perdeu uma boa oportunidade de rir pouco e pensar muito (ainda bem que dá tempo de pegar em DVD!). A história é a de um cara que vive frustrado achando tudo uma droga: o emprego, as mulheres, os amigos, a vida, enfim. Só que, quanto mais reclama, mais vai afastando as pessoas e mais frustrado fica. Vendo o personagem assim, no comecinho do filme, me lembrei de mim mesma e de um monte de gente que eu conheço. Ao ver essas cenas, talvez você também se reconheça. Ou vai dizer que nunca usou a frase “que droga de vida eu tenho” como um mantra às avessas, repetido mil vezes num dia? Pois é, quanto mais fazemos isso, mais nos tornamos chatos, pesados, até para nós mesmos. E aí as coisas emperram de vez: os pais resolvem dar bronca, os irmãos fazem complô pra te irritar, a aula vira um troço interminável e insuportável... e por aí vai. Não que você e eu e o resto da humanidade não tenhamos o direito de achar a vida uma droga de vez em quando. E de esbravejar por causa disso, arrumar briga à toa, implicar até com a sombra nesses dias. Faz parte e tem horas que o mundo parece estar contra nós, tirando uma com a nossa cara mesmo. Só que nem sempre as pessoas e as coisas estão erradas. Às vezes, nós é que estamos contra o mundo, fazendo um esforço danado para continuar infelizes e reclamonas. Duvida?
No filme, o tal personagem do Jim – que por acaso se chama Carl – começa a perceber que estava fazendo isso quando topa participar de uma seita maluca em que as pessoas são convidadas a dizer “sim” pra tudo. Apesar de entrar nas maiores roubadas, seu novo comportamento colabora para que tudo ao redor fique mais divertido: o trabalho, os amigos, as garotas... Ele descobre novos hobbies, se abre para conhecer gente nova, passa a olhar mais de perto o problema dos outros e ajuda como pode. Com tudo isso, volta a sorrir, experimentando uma felicidade que jamais sonhou em conhecer.
É claro que não se trata de sair por aí dizendo “sim” a tudo e a todos, o que só dá certo no filme mesmo. Mas, talvez, de ter uma atitude mais positiva perante a vida. Isso eu acho que funciona. Significa sorrir mais, olhar a vida com mais curiosidade, tentar julgar menos as pessoas que se aproximam de você, dando uma chance a elas de mostrar quem realmente são antes de ignorá-las ou tratá-las com indiferença. Isso vale também para os meninos. Dizer sim à vida é descobrir que ela oferece uma montanha de possibilidades, é só a gente abrir bem os olhos e tentar enxergar mais longe. Sonhar e fazer planos é uma maneira de sair do tédio, da frustração, da raiva de si mesma, de tudo e de todos. Até as coisas chatas, as obrigações do dia-a-dia, podem deixar a gente menos estressada se adotarmos a tal mudança de comportamento do Carl. Vai adiantar reclamar delas? Arrumar encrenca com o professor, com o coordenador, com o diretor, com sabe-se-Deus-quem? Então, fofa, relaxa, deixa passar o pior e bora ser feliz assim mesmo.
As outras pessoas vão notar a diferença sem que você precise dizer palavra. E, de repente, vão começar a se aproximar espontaneamente. O mundo ao seu redor começa a mudar, porque o mundo dentro de você finalmente mudou. Simples assim.
Eu precisei ver um filme para me lembrar que a vida merece ser vivida com gosto, com prazer, com ousadia. Que só assim vale a pena. E percebi que a luzinha no fim do túnel se acendeu e começou a crescer e crescer, conforme eu me convencia de que tudo podia ser melhor. É isso aí. Eu sorri pra vida, cheia de gratidão e esperança, e ela me sorriu também. Experimenta aí e depois me conta se deu certo o seu momento “diga sim” (caixapostalblog.blogspot.com).

segunda-feira, 2 de março de 2009

O mundo é grande

E, mesmo assim, cabe inteirinho no breve espaço do beijar. É mais ou menos o que diz a poesia de Carlos Drummond de Andrade. Quem já deu um beijo apaixonado na vida sabe que ele está coberto de razão. Pois não é que, no momento daquele beijo esperado, ensaiado, tantas vezes sonhado, a gente meio que transcende, viaja sem espaço e sem tempo, se esquece e esquece do mundo? Quando volta, é como se a alegria fosse definitivamente tomar conta da nossa vida. Puxa, enfim conseguimos!
Essa mágica toda dificilmente acontece no primeiro beijo, quando estamos ainda tão preocupadas em impressionar o outro que nos esquecemos de curtir, de aproveitar aquele carinho que estamos dando e recebendo, tudo ao mesmo tempo. Na primeira vez, a gente fica mais preocupada com a técnica e, na tentativa de mostrar que sabe, só conseguimos dar bandeira de que não sabemos mesmo o que fazer – com a nossa língua e com a dele. Por isso, em geral, o primeiro beijo é um fiasco. O meu foi. Mas depois dele vieram outros, mais desencanados, mais apaixonados, muito mais felizes. É isso o que sempre digo quando garotas me contam que morrem de medo de beijar. Eu falo simplesmente: “Beija que passa”. E é verdade. Como tudo na vida, é beijando que aprendemos a beijar. Não estou querendo dizer que, por isso, você deva sair por aí treinando com Deus e todo mundo. Se você quiser, fique à vontade. Mas, se não quiser, dê tempo ao tempo, e vá adquirindo essa experiência aos poucos porque, que eu saiba, o mundo não vai acabar amanhã. E tem outra: os beijos dados com afeto e ternura são, de longe, os que mais marcam a vida da gente. E fazem todo o sofrimento valer a pena. Sim, porque quem já esperou dias, meses e até anos para ficar com um garoto sabe que por um beijinho a gente às vezes passa os maiores perrengues. Mas, quando consegue, sempre termina com aquela sensação de que valeu a pena.
É claro que, de vez em quando, a gente dá uns beijos meio frustrantes, nem todos são como aquele que eu comentei no começo dessa seção. Não porque o outro beije mal, não porque a gente não tenha acertado. O que acontece é que, às vezes, dois beijos não combinam. Uma questão de sintonia. Se o casal estiver mesmo muito a fim, até dá para acertar esse descompasso. Mas, normalmente, quando o beijo não rola, tudo o mais vai por água abaixo mesmo. E aí beijamos de novo, até... sempre! Pelo resto da vida, continuamos nos aperfeiçoando nessa arte e em todas as outras que envolvem o encontro com o outro. Por isso, eu desconfio do refrão que diz: “Já sei namorar, já sei beijar de língua”. Eu prefiro acreditar que essas coisas do amor serão sempre um desafio e todas as receitas prontas do mundo podem não funcionar numa situação especial. Cada beijo é um beijo, cada namoro é um namoro. Mesmo que a gente fique anos ao lado da mesma pessoa, beijando sempre o mesmo beijo. Em cada ocasião, dependendo do momento que os dois estão vivendo, essa maneira de trocar carinhos será diferente. Ainda bem, né?
Se você nunca beijou, faça isso quando tiver vontade, sem dar bola pro medo. Na pior das hipóteses, o beijo vai ser meio micado mesmo. Mas e daí? Depois dele virão outros e é importante dar o tal primeiro passo. Os próximos serão bem melhores e você vai acabar curtindo muito.
Pra quem já beijou, eu só posso desejar que se tornem especialistas na matéria. Para isso, nem é preciso beijar muito. Mas, talvez, curtir mais cada beijo, entendendo que esse carinho significa sempre a oportunidade de dar e receber afeto. E talvez esse seja um bom remédio para a nossa loucura, não é mesmo?

Pelo direito de sonhar

Andei conversando com duas leitoras amigas no MSN esses dias e fiquei tão passada com o que rolou no papo que resolvi dividir com vocês. São duas meninas superinteligentes, descoladas e tal. Uma quer ser atriz e a outra, jornalista, como eu. Só que, durante a nossa conversa, as duas deram a entender que estavam meio inseguras e que não se sentiam boas o suficiente para correrem atrás desses sonhos. Por isso, talvez fizessem outra coisa qualquer da vida. Isso me fez ter uma vontade imensa de ir até lá, para tentar convencê-las de que TUDO é possível. Sim, é assim mesmo que eu penso. E gostaria muito que os jovens entrassem nessa onda, de verdade. Não só na hora de escolher a profissão, mas também de lutar por coisas grandes, como um mundo melhor. Enquanto a gente continuar acreditando que não somos inteligentes o suficiente, enquanto não pudermos confiar no nosso potencial, continuaremos nos contentando com pouco, com o ruim, com o que é “normal”. Mas se a vida não for uma oportunidade de lutar para obter o que realmente desejamos – e certamente merecemos – então, de que ela vale?
Monteiro Lobato, escritor brasileiro, usou uma frase que eu levo muito a sério: “Loucura? Sonho? Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira -- mas já tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum”. Eu concordo plenamente com essa história de que temos de levar nossos planos adiante, por mais que os outros - e até uma partezinha dentro de nós mesmas – tentem nos convencer do contrário. Se não dá para acreditar num futuro melhor e mais feliz, do jeitinho que a gente gostaria que fosse, então o presente vai se transformar sempre numa experiência chata, sem graça.
Eu não poderia contar nos dedos o número de pessoas mais velhas que eu conheço e que caíram nessa besteira de achar que não deviam desejar certas coisas, porque não mereciam ou não seriam capazes de lutar por elas. Aí, escolheram uma profissão que nem curtem tanto, entraram num relacionamento mais ou menos - só para não ficar sozinhos -, adiaram para sempre o objetivo de fazer aquela viagem internacional que sempre quiseram, entre outras burradas. E hoje eles são os adultos frustrados que querem convencer a galera mais jovem a fazer o que parece mais certo, possível, “normal”. Agora, quer saber de uma coisa? Eu acho que o mundo só virou esse lugar meio triste de viver por causa dessa gente que desistiu de sonhar sonhos grandes, sonhos loucos, desses difíceis de realizar. Mas pense bem: não é muito mais divertido fazer o impossível? Então, pergunte a você mesma: quais são os seus planos que andam esquecidos numa gaveta qualquer, porque falta coragem de correr atrás deles? Que tal botar isso pra fora, fazer o que estiver ao seu alcance para realizar e, finalmente, ser feliz de verdade? Comece com coisas pequenas e vai perceber que, a cada desafio vencido, conseguirá chegar mais longe. É simples: basta seguir os seus sonhos. Os SEUS, tá?
Ah, e da próxima vez que alguém tentar convencê-la de que a vida só vai piorar e que o futuro não existe, em vez de se preocupar com o que vai acontecer depois, pergunte-se: “O que eu posso fazer agora?”. Cada um de nós pode fazer muito mais do que imagina, pelo nosso próprio futuro e de todas as outras pessoas que são os nossos vizinhos aqui no Planeta Terra. Só é preciso um tiquinho de coragem para dar o primeiro passo. Bons sonhos pra você!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Férias o ano todo!

Putz! Tem coisa mais legal do que ficar um mês inteiro de bobeira, sem ter que pensar em provas, trabalhos, lições? Melhor ainda porque o tempo – finalmente! – esquenta em janeiro e dá aquela vontade de curtir com os amigos, de passear, de se divertir. Parece que, pelo menos por alguns dias, a gente desacelera um pouquinho, deixa a deprê de lado, meio que desiste de consertar tudo e todos. E simplesmente se joga numa rede, ou numa piscina. O resto que se dane!
Se bobear, fazemos até mais amigos, damos um tempinho nas brigas com os pais e os irmãos. E tudo isso por que? São as férias que fazem essa mágica dentro da gente! Então, já que os dias livres são mesmo o tudo-de-bom da nossa vida, resolvi fazer essa campanha: todo adolescente tem direito a ter férias o ano todo. Concorda? É claro que não falo de um ano inteiro sem escola, sem compromissos, sem horários. Mas tenho outra idéia, essa perfeitamente possível de ser colocada em prática em todos os 365 dias do ano: que tal tentar esticar esse climão de férias até o Natal? E por que não?
Vou dizer pra você o que penso. Grande parte das pressões e das preocupações vêm de fora para dentro e têm a ver com as nossas obrigações do dia-a-dia. Afinal de contas, a gente não tem como entregar aquele trabalho na data que a gente quer, tem que ser quando a professora manda. Da mesma forma, em casa, temos as nossas responsabilidades e é quase um milagre quando conseguimos sair ganhando nas nossas negociações. Tudo bem. Mas quando falo em manter aquele espírito relax das férias penso em evitar – ou pelo menos dar menos atenção – as cobranças e encanações que a gente mesmo cria e que nos impedem de curtir essa fase tão boa que é a adolescência. Nas férias você não se dá o direito de “deixar pra lá” um montão de coisas chatas? Não olha para as paisagens procurando sempre as coisas boas? Não vê as pessoas novas como possíveis amigos? Não se diverte mais, enfim? Pois bem, eu acho que, mesmo nos outros meses do ano, dá para exercitar esse olhar curioso e que busca sempre algo de positivo lá fora e também dentro da gente. Dá pra viver sem tanta correria, sem tanto stress, isso às vezes vira um hábito. Tipo: a gente tá tão acostumada a acordar atrasada e a tomar o café da manhã correndo que faz isso até em pleno sábado. Mas não poderia pegar mais leve, se organizando para fazer tudo com calma e aproveitando melhor cada momento?
Se nos esforçarmos um pouquinho, também conseguiremos olhar para as pessoas, os lugares, as situações, como se fosse a primeira vez, procurando algo de bacana neles, como fazemos nos dias de férias. É assim que a vida fica mais gostosa, quando aprendemos a curtir com aquilo que ela nos oferece. E ponto. Podia ser melhor? Sim, podia. Mas e daí? Quem tá de férias não perde tempo amarrando um bico daqueles. Ao contrário, começa logo a pensar na próxima oportunidade de se divertir. Não é assim?
Então, aproveite as férias ao máximo, mas tente agir de um jeito mais tranqüilo e alegre nos outros dias do ano também. Porque as obrigações e as preocupações que invadem a nossa cabeça logo em fevereiro fazem parte da vida. Mas quem as transforma num monstro capaz de devorar a nossa felicidade por completo somos nós mesmas. Por isso, quando o bicho estiver pegando, uma dica: diga a si mesma que está de férias e dê um tempo no pessimismo, no stress, no mau humor, nas cobranças que faz a si mesma e aos outros. Pense bem: sempre tem um jeito de passar por uma situação difícil – por pior que ela seja – sem sofrer tanto. A escolha é sua. E minha. Será que a gente consegue?