domingo, 19 de julho de 2009

Simplesmente feliz

O que te faz feliz? Se você não estiver de mau humor, aposto que consegue fazer uma listona de situações que te deixam lá em cima em menos de cinco minutos. Agora, se está demorando para chegar a uma conclusão sobre isso, um aviso de amiga: bora cuidar dessa TPM, menina!
Falo isso porque, mesmo com todos os perrengues da vida, sempre tem um jeito de achar a alegria escondida nas coisas e nas pessoas. Tudo vai da maneira que a gente olha. E de como a gente se olha, no fim das contas. Dependendo de como estamos nos sentindo por dentro, é como se vestíssemos um óculos de lentes coloridas: o mundo lá fora pode ficar azul-lindo ou cinza-chumbo.
Mas, como estamos em pleno mês de férias, quero muito convencer você, até o final deste texto, a usar as boas lentes, aquelas que vão fazer tudo ao redor parecer mais interessante.
Eu, por exemplo, estou tentando ser cada vez mais feliz com menos. E não é tão difícil quanto parece. O que me faz feliz? Ver pela milésima vez o meu filme preferido de amor. Ou fazer uma seleção das músicas mais lindas ever e ficar repetindo mil vezes no I-Pod. Rolar com a minha cachorrinha pelo tapete da sala. Estourar pipoca e comer tudo sozinha, sem culpa. Encontrar as minhas amigas para falar bobagem, rir, tomar sorvete. Ficar o dia todo de pijama, debaixo do edredom fofinho, zapeando a TV e sem pensar – nem lembrar! – dos momentos tristes da vida.
Outro dia assisti a um filme que tem o mesmo título desta seção e que contava a história de uma garota que vivia feliz sempre, o nome dela era Poppy. Pode parecer bobo, falando assim, mas depois de assistir ao filme eu cheguei à conclusão de que a maior bobagem é mesmo ficar desperdiçando a vida com tantas preocupações, picuínhas, baixo-astral. Saí do cinema achando tudo um barato, dei risada pra todo mundo que encontrei no caminho: o pipoqueiro, o cara do estacionamento, a moça desconhecida no elevador. E sabe o que ganhei de volta? Muitos sorrisos!
Então, já que você não vai ter que ir pra escola, que tal tirar esse mês inteiro para se dedicar só àquilo que te faz bem, praticar o que eu chamo de felicidadeterapia? Vale tentar uma receita nova de bolo de chocolate, reler a sua matéria preferida na Atrê, fazer um painel com as fotos que você mais gosta - assim, quando olhar pra elas, vai lembrar que a vida pode ser mais divertida, sempre.
E, quando pintar um obstáculo – uma bronca, uma brincadeira sem graça do irmão, uma chuva forte no dia em que você tinha combinado com a galera de andar de bike no parque – não deixa o mau humor tomar conta, não! Corre logo pro computador e vai ler os blogs mais divertidos que você conhece, liga para aquela amiga fofa e combina um encontro no shopping... tem mil maneiras de deixar as coisas chatas pra lá. É só começar a enxergar aquele montão de coisas legais que você pode colocar no lugar delas. Eu dei algumas idéias aqui, mas você com certeza tem muitas outras estratégias para espantar o mau humor e salvar as suas férias. Tá esperando o quê?

O que é o amor?

Os poetas vivem tentando, mas ninguém conseguiu explicar essa sensação – esse jeito de estar, de corpo e alma – que todo mundo quer experimentar. E eu vou arriscar meus palpites também, emprestando, vez ou outra, uns versos de quem realmente entende do assunto. O poeta Pablo Neruda, por exemplo, disse uma coisa bacana sobre esse sentimento, num de seus poemas: “Tira-me o pão, se quiseres, tira-me o ar, mas não me tires o teu riso”. E eu penso que o amor tem tudo a ver com essas palavras do Neruda. Para mim, amar tem a ver com querer tão bem o outro que simples detalhes – a maneira de sorrir, a voz, o toque – passam a ser viciantes, a gente sente como se não conseguisse mais viver sem!
Só que, muito além de toda a atração física – que faz qualquer um ver estrelinhas onde nem tem céu – o amor, para mim, é uma oportunidade de ser uma pessoa melhor. Disse o Neruda, em outro poema: “Dá-me amor, me sorri e me ajuda a ser bom”. O que ele diz faz todo o sentido porque, ao contrário da paixão, o amor é dedicação pura e a vontade de ver o outro feliz é tanta que fazemos tudo o que podemos – e, às vezes, o que não podemos – para arrancar um único sorriso do ser amado. Afinal, quem é que nunca dispensou “a” balada para dar um colo ao pretê, que estava meio mals? E quem nunca torrou a mesada para comprar um presente bacana de dia dos namorados?
Por essas e outras, acho que o amor é o momento em que percebemos o quanto podemos dar – e abrimos mão mesmo, sem pensar no que estamos perdendo. E, de verdade, nunca perdemos, mesmo que o romance não dê certo. A sensação de amar e de fazer o outro feliz é um prêmio em si mesmo.
Amar de verdade, para mim, também significa aprender a aceitar o outro, mesmo ele sendo diferente da gente. É também apoiar os sonhos dele, mesmo que pareçam maluquice ou bobagem, porque cada um tem o direito de escolher seus caminhos. Só que essas e outras atitudes não envolvem nada além de generosidade, aquela vontade sincera de repartir o melhor que temos em nós.
Aprender a amar é coisa pra vida toda. Mas, quanto mais praticamos, melhor. Se expressamos os sentimentos em atitudes boas, o outro passa a querer retribuir e aí se forma um círculo virtuoso, em que os dois se dão por inteiro e se bastam. Para mim, esse é o segredo dos relacionamentos felizes. Eu vivo um e posso dizer a você: o amor fez de mim uma pessoa muito melhor e valeu pagar cada centavo do seu preço – as dores, os medos, as tempestades que fazem parte da convivência a dois.
Então, nesse mês dos namorados, que tal amar mais e melhor? Para isso, nem precisa estar junto. Basta que você comece a mudar as atitudes com os meninos que estão na sua mira. Deixe de lado as cobranças, as críticas, aquele ciúme que mata e resgate o bom do amor: a compreensão, o carinho, a paciência, essas coisas que estão em falta em todos os mercados do mundo – porque se tivesse pra comprar, até eu queria! Vai ver como as coisas do lado de fora vão mudar, a partir da sua mudança por dentro.