domingo, 21 de março de 2010

Eu minto, tu mentes... e todos saem ganhando!

Tá achando estranho esse título aí em cima? Pois aposto que, até o final desse texto, você também vai aderir à minha campanha (ou não!). É claro que não sou louca de sair por aí dizendo que dá pra inventar história a torto e a direito, com o objetivo de enganar as pessoas e, assim, se sair bem de todas as situações. A mentira não é, nem nunca vai ser, a maravilha das maravilhas. Porém, quando bem usada, é como remédio caseiro de vó: mal não faz!

Eu tenho certeza de que você já passou por uma situação saia-justa, em que uma mentirinha caiu como uma luva. Tipo: sua amiga pergunta se você curtiu o novo corte dela que, na realidade, ficou um horror! Pensa: vai adiantar dizer pra ela o que você realmente acha, assim, com toda a sinceridade do mundo? Não, já que o cabelo não vai crescer de novo tão rapidinho, de modo que a besteira seja consertada. Numa situação dessas, não é melhor dar uma enroladinha básica, omitir, que é menos feio que mentir? Dizer que ficou lindo é pura falsidade, nem precisa tanto. Mas algo como “ficou diferente, acho que preciso de um tempo para me acostumar” cai muito bem. E a autoestima da sua amiga continuará intacta.

É a mesma coisa quando o namorado de uma amiga aparece na sua frente com outra. Vixi, sobrou pra você: contar e correr o risco de perder a amizade dos dois ou não contar e correr o risco de perder a amizade dela, se vier a descobrir a pulada de cerca do mau caráter? Dependendo do tipo de relação do casal e da sua proximidade com a traída, fingir que não viu pode ser, sim, a melhor solução.

Até mentir, mentir mesmo, na cara dura, pode ser uma opção, em alguns casos, melhor do que falar a verdade. Sabe quando a sua tia, toda fofa, pergunta se você gostou de um presente-mico que ela te deu no Natal? Não é mais fácil dizer que sim e trocar na loja assim que ela virar as costas?

Agora, tem uma coisa: às vezes, a verdade, por mais doída que seja, é o melhor remédio. Não dá pra mentir quando o seu namorado pergunta se você o ama – se não estiver realmente envolvida, melhor respirar fundo e não entrar numas de iludir o fofo. Da mesma forma, se os pais perguntam o porquê de uma nota baixa, é totalmente do mal jogar a culpa na professora, no seu irmãozinho chato, no raio que o parta, só para justificar a falta de vontade de pegar nos livros. Taí uma situação em que eu acho que não é legal mentir: quando queremos nos safar da responsabilidade de algo que fizemos e que depois nos provocou um certo arrependimento. Nessas horas, a mentira só serve para complicar ainda mais as coisas. Afinal, que ela tem perna curta, isso tem!

Então, tirando esses casos mais sérios, em muitas situações do dia-a-dia eu desconfio de gente que defende a sinceridade a qualquer preço. Pra mim, nada na vida tem que ser oito ou oitenta, acredito muito mais na sensibilidade de cada um pra determinar quando é hora de falar realmente o que se pensa e quando é o momento de calar.

Tenho ainda outra regra, que uso antes das decisões mais difíceis: penso no quanto aquilo que eu vou dizer vai realmente ser útil, ajudando o outro a melhorar. Em grande parte das vezes, chego à conclusão de que soltar o verbo será apenas uma maneira de me sentir superior, colocando o outro lá embaixo. Aí, nessas situações, prefiro mesmo dizer uma mentira, sem culpa nem vergonha.

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