Rever as nossas expectativas pode ser uma boa maneira de evitar muita tristeza e frustração. Pára pra pensar: às vezes, sem perceber, criamos metas irreais para a nossa vida e corremos atrás delas que nem maratonista em final de prova. O resultado? Cruzamos a linha de chegada beeem distantes da posição desejada, cansadas e, pior, achando que nunca seremos capazes de realizar nossos sonhos. É isso aí: exigir demais de nós mesmas é um jeito rápido e fácil de detonar com a nossa autoestima.
Funciona assim: a gente decide emagrecer trocentos quilos em uma semana. E começamos na segunda um regimão do tipo uma ervilha no almoço e outra no jantar. Mas, claro, terminamos o domingo devorando uma porção de coisas gordurosas e doces, com aquela fome de leão de quem passou dias sem comer direito. Aí nos chateamos porque, mais uma vez, a estratégia de eliminar os quilinhos que estão sobrando falhou. E nos sentimos péssimas.
Ou, então, a gente dá de querer ser a garota mais popular da turma do dia para a noite, porque não basta ser só querida pelos amigos. E, então, basta outra fulana se sobressair mais em determinada situação e começamos a nos achar um lixo.
Tem também aquela história de começar a sair com o garoto e já fantasiar o dia em que ele vai dizer “eu te amo”. Daí ele não diz, cai fora porque se sentiu pressionado e o que sobra é só desilusão. Como esses, tem muitos outros momentos em que, por querer demais - e para ontem! - acabamos sem nada.
Essas situações, chatas no início, podem nos oferecer lições que levaremos por toda a vida. Não é o caso de aprender a se contentar com pouco, mas sim de estabelecer objetivos possíveis e, alcançando-os, partir para outros mais difíceis.
Voltando ao regime. Imagine que você combine consigo mesma de eliminar um ou dois quilos por mês, numa dieta balanceada, com o acompanhamento de um médico ou nutricionista. Vai demorar mais pra desfilar o corpão que deseja, claro. Mas, a cada pequena conquista, vai se animar a continuar abrindo mão das guloseimas e persistir se tornará cada vez mais fácil. No fim, os resultados virão. E você poderá, aos poucos, ganhar confiança para investir em projetos mais ambiciosos, como secar de vez a barriguinha.
Agora, antes que você comece a esperar demais de mim também, vou logo tirando o corpo fora: infelizmente não tenho a receita de como cobrar da vida exatamente o que ela pode nos dar, nem mais, nem menos. Imagino que é só na tentativa e erro que aprenderemos – eu, você e o resto do mundo – a fazer apostas grandiosas mas, ao mesmo tempo, possíveis de se alcançar. Até podemos dar um passo maior que a perna de vez em quando. Mas o importante é aprender com o erro e reavaliar nossas metas numa próxima vez.
No fim das contas, o que tenho pra dizer é: sonhe, pequenos, médios e grandes sonhos. Só não caia na besteira de esperar que tudo saia exatamente como quer e também não exija demais de você nem dos outros. Vá com calma. Assim, poderá comemorar cada pequena vitória. E chegará cada vez mais longe.
Faz aí o teste e depois passa me conta no que deu.
domingo, 21 de março de 2010
Eu minto, tu mentes... e todos saem ganhando!
Tá achando estranho esse título aí em cima? Pois aposto que, até o final desse texto, você também vai aderir à minha campanha (ou não!). É claro que não sou louca de sair por aí dizendo que dá pra inventar história a torto e a direito, com o objetivo de enganar as pessoas e, assim, se sair bem de todas as situações. A mentira não é, nem nunca vai ser, a maravilha das maravilhas. Porém, quando bem usada, é como remédio caseiro de vó: mal não faz!
Eu tenho certeza de que você já passou por uma situação saia-justa, em que uma mentirinha caiu como uma luva. Tipo: sua amiga pergunta se você curtiu o novo corte dela que, na realidade, ficou um horror! Pensa: vai adiantar dizer pra ela o que você realmente acha, assim, com toda a sinceridade do mundo? Não, já que o cabelo não vai crescer de novo tão rapidinho, de modo que a besteira seja consertada. Numa situação dessas, não é melhor dar uma enroladinha básica, omitir, que é menos feio que mentir? Dizer que ficou lindo é pura falsidade, nem precisa tanto. Mas algo como “ficou diferente, acho que preciso de um tempo para me acostumar” cai muito bem. E a autoestima da sua amiga continuará intacta.
É a mesma coisa quando o namorado de uma amiga aparece na sua frente com outra. Vixi, sobrou pra você: contar e correr o risco de perder a amizade dos dois ou não contar e correr o risco de perder a amizade dela, se vier a descobrir a pulada de cerca do mau caráter? Dependendo do tipo de relação do casal e da sua proximidade com a traída, fingir que não viu pode ser, sim, a melhor solução.
Até mentir, mentir mesmo, na cara dura, pode ser uma opção, em alguns casos, melhor do que falar a verdade. Sabe quando a sua tia, toda fofa, pergunta se você gostou de um presente-mico que ela te deu no Natal? Não é mais fácil dizer que sim e trocar na loja assim que ela virar as costas?
Agora, tem uma coisa: às vezes, a verdade, por mais doída que seja, é o melhor remédio. Não dá pra mentir quando o seu namorado pergunta se você o ama – se não estiver realmente envolvida, melhor respirar fundo e não entrar numas de iludir o fofo. Da mesma forma, se os pais perguntam o porquê de uma nota baixa, é totalmente do mal jogar a culpa na professora, no seu irmãozinho chato, no raio que o parta, só para justificar a falta de vontade de pegar nos livros. Taí uma situação em que eu acho que não é legal mentir: quando queremos nos safar da responsabilidade de algo que fizemos e que depois nos provocou um certo arrependimento. Nessas horas, a mentira só serve para complicar ainda mais as coisas. Afinal, que ela tem perna curta, isso tem!
Então, tirando esses casos mais sérios, em muitas situações do dia-a-dia eu desconfio de gente que defende a sinceridade a qualquer preço. Pra mim, nada na vida tem que ser oito ou oitenta, acredito muito mais na sensibilidade de cada um pra determinar quando é hora de falar realmente o que se pensa e quando é o momento de calar.
Tenho ainda outra regra, que uso antes das decisões mais difíceis: penso no quanto aquilo que eu vou dizer vai realmente ser útil, ajudando o outro a melhorar. Em grande parte das vezes, chego à conclusão de que soltar o verbo será apenas uma maneira de me sentir superior, colocando o outro lá embaixo. Aí, nessas situações, prefiro mesmo dizer uma mentira, sem culpa nem vergonha.
Eu tenho certeza de que você já passou por uma situação saia-justa, em que uma mentirinha caiu como uma luva. Tipo: sua amiga pergunta se você curtiu o novo corte dela que, na realidade, ficou um horror! Pensa: vai adiantar dizer pra ela o que você realmente acha, assim, com toda a sinceridade do mundo? Não, já que o cabelo não vai crescer de novo tão rapidinho, de modo que a besteira seja consertada. Numa situação dessas, não é melhor dar uma enroladinha básica, omitir, que é menos feio que mentir? Dizer que ficou lindo é pura falsidade, nem precisa tanto. Mas algo como “ficou diferente, acho que preciso de um tempo para me acostumar” cai muito bem. E a autoestima da sua amiga continuará intacta.
É a mesma coisa quando o namorado de uma amiga aparece na sua frente com outra. Vixi, sobrou pra você: contar e correr o risco de perder a amizade dos dois ou não contar e correr o risco de perder a amizade dela, se vier a descobrir a pulada de cerca do mau caráter? Dependendo do tipo de relação do casal e da sua proximidade com a traída, fingir que não viu pode ser, sim, a melhor solução.
Até mentir, mentir mesmo, na cara dura, pode ser uma opção, em alguns casos, melhor do que falar a verdade. Sabe quando a sua tia, toda fofa, pergunta se você gostou de um presente-mico que ela te deu no Natal? Não é mais fácil dizer que sim e trocar na loja assim que ela virar as costas?
Agora, tem uma coisa: às vezes, a verdade, por mais doída que seja, é o melhor remédio. Não dá pra mentir quando o seu namorado pergunta se você o ama – se não estiver realmente envolvida, melhor respirar fundo e não entrar numas de iludir o fofo. Da mesma forma, se os pais perguntam o porquê de uma nota baixa, é totalmente do mal jogar a culpa na professora, no seu irmãozinho chato, no raio que o parta, só para justificar a falta de vontade de pegar nos livros. Taí uma situação em que eu acho que não é legal mentir: quando queremos nos safar da responsabilidade de algo que fizemos e que depois nos provocou um certo arrependimento. Nessas horas, a mentira só serve para complicar ainda mais as coisas. Afinal, que ela tem perna curta, isso tem!
Então, tirando esses casos mais sérios, em muitas situações do dia-a-dia eu desconfio de gente que defende a sinceridade a qualquer preço. Pra mim, nada na vida tem que ser oito ou oitenta, acredito muito mais na sensibilidade de cada um pra determinar quando é hora de falar realmente o que se pensa e quando é o momento de calar.
Tenho ainda outra regra, que uso antes das decisões mais difíceis: penso no quanto aquilo que eu vou dizer vai realmente ser útil, ajudando o outro a melhorar. Em grande parte das vezes, chego à conclusão de que soltar o verbo será apenas uma maneira de me sentir superior, colocando o outro lá embaixo. Aí, nessas situações, prefiro mesmo dizer uma mentira, sem culpa nem vergonha.
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