sexta-feira, 15 de maio de 2009

A saudade é um filme sem cor

Que meu coração quer ver colorido. Para mim, essa é a melhor definição desse sentimento que ninguém quer ter mas com o qual todo mundo, em algum momento da vida, acaba esbarrando no caminho. Essa música se chama Brigitte Bardot e é do Zeca Baleiro. Ela traduz, em toda a sua poesia, uma coisa que às vezes aperta o meu peito e aposto que o seu também. Pode ser a saudade de alguém que a gente não vê mais, de um acontecimento muito bom ou de um tempo passado, em que as coisas pareciam mais fáceis. Saudade não é só falta, é também uma baita frustração, porque a gente sente uma vontade imensa de voltar no tempo para “ver tudo colorido” de novo, mas sabe que é impossível.
Esse negócio de “o que passou, passou”, é bom só para os grandes perrengues da vida. Mas é uma verdadeira pena que alguns momentos especiais simplesmente voem, sem a gente se dar conta disso. Cenas tão boas da infância, curtições com os amigos na adolescência, o momento em que descobrimos que o amor que sentimos pelo outro é recíproco – putz, que felicidade! – tudo isso mereceria ser eternizado. E muito mais.
Agora, tem uma coisa: eu curto a melancolia, às vezes choro em silêncio, mas sempre digo pra mim mesma que o jeito é olhar pra frente. Porque tem outra música que diz que “a saudade engole a gente” – essa cantada pela Zizi Possi, a mãe da Luiza. E engole mesmo. Se der espaço, as lembranças vão deixando o peito tão apertado que a vida parece perder toda a graça, todo o brilho. Eu tenho medo desses momentos, que todo mundo vive de vez em quando, em que a dor dói na alma. Essa não tem remédio que melhora e, de verdade, não tem cura mesmo. Convivemos com ela, tentando deixá-la escondida num cantinho, fingindo que não está ali. É a única saída!
Por outro lado, tento pensar que as boas experiências que vivemos nunca ficam perdidas num passado distante. Ao contrário: elas ajudam a moldar a nossa personalidade. Então, aquele parente ou amigo querido que partiu – para sempre ou não – continuará sempre vivendo em nós, não apenas nas doces lembranças, mas também como um pedacinho do que nós somos. O amor que já acabou – e que deixou saudades – idem. É a coleção de foras e frustrações das paixões já vividas que nos prepara para curtir os relacionamentos futuros com mais segurança e maturidade. Pelo menos esse é o meu jeito de dar pra saudade uma cara simpática, tornando-a um troço mais fácil de aturar.
E pensa bem: se o mundo parasse nos momentos bons do passado, todo mundo sairia perdendo. Afinal, o futuro traz sempre mil oportunidades. Então, quando fico triste e com saudade, logo penso: a vida vai sorrir de novo pra mim. E acontece.
O passado passou, é verdade. Mas ele fez de cada uma de nós o que nós somos hoje. Então, as experiências não foram em vão, assim como as lembranças jamais deixarão nossa memória. Nem que a gente queira.
O presente, esse sim, está sorrindo logo ali. E a minha sugestão é: vamos vivê-lo com toda a alegria e intensidade. Assim, daqui a um tempo, sentiremos saudade também desse período, que chamamos de adolescência. Mais saudades? Pois é, só não tem saudades quem passou pela vida e não viveu. E essa não é a sua, né? Nem a minha!

14 comentários:

Deyse Batista disse...

Mais um texto genial. O bom é que, pelo menos disso não vou sentir saudade: sempre que apertar o peito, posso vir aqui, ler e lembrar que pra coisas ruins, até mesmo pra saudade, nós podemos tirar algum bem.

ps: Zeca Baleiro é fera! Maranhense, como eu :)

Beijos.

André Junior disse...

Eu li o seu texto na revista e não poderia deixar de passar por aqui e fazer um comentário...

Ai Rita!! Nem me fale em saudades! Eu sinto muitas saudades da minha infância, dos meus amigos, da adolescência... Atualmente, tenho sentido saudades de quando fico muito tempo longe de casa!
Para mim a melhor definição de saudades é essa feita pelo Machado de Assis:

“A saudade é o passar e o repassar das memórias antigas.”

Beijos!

Anônimo disse...

Oi Rita :D
Mais uma vez um texto brilhante!
Sou tua fã, te acompanho todo mês na revista e agora com certeza serei leitora do teu blog!
Parabéns, você é uma escritora e tanto!!!
Beijão.

day disse...

Muito bom, como sempre. Beijos

Unknown disse...

Nossa...
Vim por acaso no seu blog e amei esse texto..
Pura verdade!!
Deu até mais saudades das coisas que sinto..rsrs
Bjsss

Mariana Perin disse...

Eu amo seus textos, perfeitos, e você sabe mesmo como entender a cabeça dos jovens.
Muitas as vezes a saudade toma conta de mim, e acabo me entregando a esse sentimento.
Beijos.

Yara Lu! disse...

Oii Rita :D

Eu amo os seus textos na atrê !
Elles me dão um animo.
Sabe eu estava passando em um momento da minha vida qee eu não tinha animo pra nada, faltava alguma coisa sabe ?
depois de ler seus textos, eu me sinti melhor
Muito obrigada <3
Parabéns

Jéssica (hyanna.mo@hotmail.com) disse...

Olá, primeiramente queria dizer que eu adoro seus textos na Atrê - você já deve ouvir muito isso, mas sei que é legal ouvir novamente :)
Hum, na revista você falou sobre amor e aqui sobre saudade...
Vou tentar comentar sobre ambos.
Eu amo, e sempre amei, pois amor não é somente pelo namorado (por mais que esse seja o mais lindo), é aquele que se tem pela melhor, e única, amiga! E amar é algo que não controlamos, mesmo que muitas pessoas digam "como queria que isso fosse possível mudar, escolher quem eu quero amar", mas bem, se amamos alguém, não é por escolha, mas sim por que devemos - ou não - aprender algo com isso. Eu acho.
Sempre amei a minha amiga, mesmo que ela não queria a minha amizade no começo (lááá na primeira série), agora eu e ela dependemos uma da outra para ficar bem; mesmo que sabemos que isso não é eterno, acho que procuramos ser felizes agora, principalmente ela, e aproveitar, enquanto moro na mesma cidade e estudamos na mesma escola (aaahh último ano!).
Mas aquele amor pelo o qual você falou... Eu namoro, tenho dezessete anos - sim acho sedo, mas não pode-se impedir algo tão lindo -, e ele fará dezenove dia dezessete. Não, nunca o abraçei, nunca o beijei e nunca o olhei nos olhos e disse "eu te amo", não pessoalmente, mas sim por internet... Então é agora que fico triste, por que poucos acreditam que isso é real, somente por que lemos o que queremos dizer e não escutamos...! Quanta hipocresia! Eu já liguei para ele e conversei (pouco) com o pai, e fiquei como aquelas bobas apaixonadas de filmes repetindo "te amo, te amo! TE AMO!" como se a cada segundo que passava a ligação eu tivesse medo que ele esquecesse isso.
Mas não.
Nosso amor é recíproco e já traçamos planos para o nosso futuro, e a minha mãe teme muito a isso, somente por que não o conhece, eu dou razão a ela (mesmo sem ela saber).
Quando ele não fica on, sinto saudades. E saudades eu considero um sentimento tão verdadeiro quanto o amor... Já que, somente se sente isso quando o que passamos é intenso e importou para nós, sentimos saudades daquilo que marcou e nos ensinou algo.
Sinto falta da pureza de como somos quando crianças, mesmo sabendo que nunca a recuperarei, eu ainda permaneço um pouco infantil, não em atitudes ou opiniões, mas em ser verdadeira. Procuro ser sincera, como uma criança.
Desviei do assunto, perdão...
Saudades. Não tenho muito o que dizer já que a minha opinião sobre já é formada.
Sim, a saudade dói quando não sabemos o que fazer com ela, "ahh minha vida era melhor quando eu tinha dez anos!", não... Achávamos que tinhamos problemas, aquelas coisas bobinhas de "estragaram minha boneca!!",mas considerávamos importante; quero dizer com isso que sempre haverá problemas, e por isso a felicidade e paz são coisas tão especiais, onde, foram criadas para se sentir num curto tempo, e aprender com isso que sim, merecemos amor,merecemos felicidade...! Mas para merecer, temos que aprender não?
Tudo que foi bom e não volta, dói de saudade,
Tudo que foi triste e não volta, dói por ter acontecido,
"o que passou, passou"
Mas não podemos abandonar isso, apenas ver o que aprendemos, e como sempre faço "ver o lado possitivo", desilusão amorosa? Aprenda a primeiro conhecer, depois confiar.
Falsidade? Saiba quem anda do seu lado.
etc..etc..etc...
Acho que já falei de mais, me desculpe Rita, mas eu a-do-ro escrever! Pena que meu flog (que tá mais para blog) está desativado - provedor sacana -, se não deixaria o link (mas se quizer, sei lá, mandar um e-mail =P)...
Hum, queria muito poder escrever para uma revista, como você... É meu sonho! A admiro sabia? Mesmo sem conhecê-la ou conversar com você, eu me encanto com suas palavras e a cada texto procuro aprender algo.

Melhor eu parar por aqui, ou, você pegará trauma de comentários, dos MEUS comentários (irei passar aqui sempre que possível).

Beijos, cuide-se, e continue a escrever, mesmo que seja coisas bobas...
(quem sou eu para ficar aconselhando uma mulher?hhh uma adolescênte metida a tímida-mini-gente.)
bye ;D

Viktor R. disse...

Ameeeeeeeei seu blog!
Voce tem um texto incrivel,sempre conciso,mas mesmo assim com uma linguagem acessivel a todas as faixas etarias.
Leio a Atre sempre que posso e adoro seu trabalho.De uma olhadinha no meu blog,diga se gosta,de sugestoes de bandas,estilos,seria muito importante pra mim uma opiniao profissional!
Bjos e parabens!

JANIEIDE disse...

OLÁ,MEU NOME É JANE,OU MELHOR:JANIEIDE.ACABEI DE LER SUA MATÉRIA NA ATRÊ!ME EMOCIONEI MUITO,CONFESSO QUE ATÉ CHOREI.NO FINAL DA PÁGINA VOCÊ PERGUNTA:"CONTA PRA MIM O QUE TE FAZ FELIZ?"OU SEJA,VOCÊ AFIRMA,HEHEHE.AS PESSOAS COSTUMAM PENSAR QUE SER FELIZ É ALGO QUE DEPENDE DOS OUTROS.QUE OUTRAS PESSOAS É QUE NOS TORNA FELIZ COM ALGUMAS ATITUDES E NOS ENTRISTECEM COM OUTRAS,MAS SER FELIZ É SABER QUEM AMAMOS,QUEM VALORIZAMOS E SE ESTAMOS REALIZADOS COM AS COISAS QUE FAZEMOS.NÃO POSSO NEGAR QUE É DIFÍCIL LIDAR COM OUTROS SERES HUMANOS,MAS TODOS OS DIAS APRENDO A RESPEITAR PEQUENAS DIFERENÇAS SEM DISCRIMINAR O PRÓXIMO E SUAS ESCOLHAS.TRABALHO,ESTUDO E NAMORO,É COMPLICADO PARA MIM,TENHO APENAS 19 ANOS,MAS A VIDA ME DEU O PRIVILÉGIO DE RACIOCINAR E O DOM DE AMAR INTENSAMNTE TUDO O QUE FAÇO.SEM AMOR,SEM AMIGOS,SEM FAMÍLIA,ISSO NÃO EXISTIRIA.TRISTEZA FAZ PARTE,MAS MEU OTIMISMO É IMENSO E MEUS SONHOS EXTREMOS.BEIJOS E TUDO DE BOM!!!!

Suh Redman disse...

Acompanho suas materias na Revista e é primeira vez que tô visitando seu blog, que por sinal, esta lindo :]


A palavra saudades, nao dá pra explicar, é uma mistura de sentimentos, onde vc sente saudades do tempo de escola, da adolescencia, de alguem que esta longe, de alguem que ja morreu, etc. É um sentimento gostoso siim, de coisas que ja vivemos, onde trazemos lembranças boas, mas tbm ruins.

Eu estou no primeiro periodo de Psicologia, eu escolhi esse curso justamente pra pode entender o que acontece por dentro de nós mesmo, quero entender os sentimentos e as razoes das pessoas, e assim, procurar melhorar dia-a-dia.

Gostariia que vc desse uma passadinha no meu blog e deixasse seu recadinho, um grande beijo:*

Suelen Redman

Kaarol disse...

Ooi Rita,eu amo seus posts vc é demais,sou sua fã,
da uma passadinha no meu blog também
diariodakaah.blogspot.com
mas não repara ta em construçaão querida
beijos

nataliane isabela ~ disse...

SAUDADE,que palavra linda,mas dolorosa,as vezes ou sempre a sintimos,as vezes ou sempre podemos matar essa saudade,mas agente nunca esqueçe a primeira dor de saudade que sintimos,eu pelo menos nunca vou me esqeuçer.Era um garoto,e com ele vivi muitas coisas,aprendi muito e a sentir saudade.Mas era tão bom quando ainda podiamos matar aquele sentimento doloroso,mas hoje já não podemos,ou melhor EU NÃO POSSO !Sinto que estou errada quando olho pra ele,sinto me perdida,aaa ta agora eu to MUITO TRISTE ,num tenho forças de continuar escrevendo. Beijs

Rita Trevisan disse...

Meninas e meninos,
valeu pelos coments! Vocês não sabem o quanto é importante pra mim saber a opinião dos meus leitores. Amo vocês!