Imagine se tivesse que passar um mês num lugar distante e primitivo, onde Internet e celular fossem coisa de ficção científica. Você agüentaria viver totalmente desplugada? Difícil, né? Eu tenho até arrepios só de pensar! Mas, nos últimos dias, fiquei imaginando que muita gente seria mais feliz se não tivesse tanta tecnologia por perto.
Tem garotas, por exemplo, que usam o Orkut só para xeretar os recados que as outras pessoas deixam para o namorado ou ficante. E, claro: um belo dia acabam achando algo suspeito. Muitas vezes, é por causa de um mal entendido muito do bobo que um romance que tinha tudo para dar certo acaba em briga e choradeira dos dois lados. E eu pergunto: sem acesso ao perfil do namorado, a tragédia não seria evitada? Siiim!
Tem também as que usam a Internet pra fazer trabalhos de escola. Mas, em vez de ler com atenção o que estão simplesmente copiando e colando, entregam logo a folha assinada com o nome delas, sem nem saber direito de onde saíram aquelas informações. E aí acabam tirando nota baixa, porque a professora, que não nasceu ontem, percebe a mancada. Se essas garotas tivessem ido até a biblioteca para pegar um livro, não teriam dormido sem pagar esse mico na frente dos amigos do colégio? Siiim!
Então, antes que você me ache mais louca do que realmente sou, vou explicando logo onde quero chegar citando esses (maus) exemplos de uso da Internet. Claro que eu nem penso em convencer você a deixar o computador de lado – o que seria uma idiotice completa, eu sei. É lógico que a Internet facilita a vida, não só na hora de pesquisar, como também pra se divertir e se relacionar. O que eu quero mesmo, na seção deste mês, é convidar você a pensar sobre como anda usando essa tecnologia toda. Para o seu bem? Mesmo? Porque computador e celular podem ajudar a gente a viver melhor. Ou pior.
Tem muita coisa legal na rede, mas também tem muito lixo. Da mesma forma, tem gente com quem vale a pena fazer amizades virtuais. Mas também tem muito Joselito que só tá ali para tirar proveito, para brincar com as emoções dos outros e até para cometer crimes – é, isso não acontece só na casa da vizinha da prima da irmã da avó. E cabe a cada um de nós escolher o que vamos deixar entrar na nossa vida. As ferramentas que nos dão privacidade existem exatamente pra isso: você tem o direito de decidir quem vai ver suas fotos no Orkut e quem vai adicionar no seu MSN. Prestar atenção nesses detalhes pode ser uma maneira de se proteger e até de ser mais feliz. Na rede e fora dela.
Além de tentar não se expor, talvez seja legal pensar duas – ou três ou quatro – vezes antes de se declarar no Orkut ou mesmo ao deixar uma fofoquinha por lá. Será que aquela pessoa não vai mesmo aceitar o seu depoimento com a informação que é segredo de estado? E quem garante que o menino com quem está falando no MSN não copia todas as páginas e mostra aos amigos? Eu mesma já me surpreendi vendo as minhas conversas gravadas e abertas para quem quisesse ler, no Orkut de outra pessoa. Depois dessa, aprendi a falar menos bobagem na rede. O que a gente escreve, já era, fica gravado. Por isso, vale ficar esperta!
Não sei o que você pensa dessa história toda, mas gostaria muito de saber. Me conta!
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Navegar é preciso...
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Antes só do que mal acompanhada
Tem um escritor que eu gosto muito, chamado Rubem Alves, que diz: “basta um amigo para encher a nossa solidão de alegria.” E não é que faz sentido isso? Quem não se lembra de um dia triste na vida em que a simples presença de um grande amigo fez tudo parecer um pouco mais fácil? Nessas horas, aquelas pessoas que realmente nos amam aparecem do nada e, mesmo que não saibam o que dizer, nos abraçam em silêncio, e a dor passa a doer menos. Claro que você também deve se lembrar de momentos felizes ao lado de um amigo, de conversas engraçadas, de passeios divertidos, de dias em que o carinho daquela pessoa por você até surpreendeu. Pois é, amigos verdadeiros têm esse poder de tornar a nossa vida muito mais legal, apesar dos problemas. Mas olha só, não é sobre os bons amigos que eu quero falar hoje. Tem outros tipos de “amigos” sobre os quais quase ninguém fala e que fazem parte da nossa vida tanto quanto os outros. Eles estão na mesma turma que a gente e até participam do nosso dia-a-dia. Mas são, ao mesmo tempo, pessoas incapazes de um único gesto de verdadeiro companheirismo. Aposto que você conhece milhões de tipinhos assim. O problema é que, na maioria das vezes, para reconhecer um sujeito – ou sujeita – desses, a gente precisa antes quebrar a cara com eles. É, porque infelizmente não dá para saber se a garota é uma tremenda amiga-da-onça só de olhar na cara dela. A gente descobre um tempo depois, com o coração despedaçado. Mas descobre. O grande risco, na minha opinião, é confundir os amigos com os não tão amigos assim. Verdade. Às vezes, a vontade de ter uma turma descolada é tanta que aceitamos sair por aí com uma galera que até é divertida, mas nunca demonstrou gostar de verdade da gente. Muitas vezes, desde o primeiro dia de convivência, já percebemos que algo está errado. Mas fazemos o possível para nos enganar. E vamos levando, até que um dia a casa cai, por um ou por vários motivos: o menino que parecia superlegal tirou o maior sarro da nossa cara na frente de todo mundo, aquela garota com quem a gente andava grudada resolveu ficar com o garoto de quem estávamos a fim ou foi a turma toda que se uniu para nos obrigar a experimentar um cigarro ou qualquer outra coisa que não estivéssemos a fim de fazer. Claro que os bons amigos também pisam na bola, todo mundo erra, não é disso que estou falando. Mas quando ficar ao lado de alguém ou de várias pessoas numa turma nos faz sentir sempre piores, nos traz mais sofrimentos que alegria, tá na cara que é hora de procurar uma alternativa melhor. Nem que seja a solidão. É, porque talvez ficando sozinha a gente consiga prestar atenção em outras pessoas e crie novas oportunidades de conhecer uma galera legal. Enquanto estamos numas de manter as aparências, naquela turma que tinha tudo para ser legal mas não é, perdemos a chance de encontrar outras pessoas realmente parecidas com a gente. Muitos “amigos” são ótimos para sair e se divertir, mas se não fazem nossa vida melhor, não servem. Por isso, a minha sugestão pra você é: repense sobre os seus amigos e separe os que servem dos que não servem. Não se impressione com aqueles que parecem os mais bonitos, os mais populares, os mais mais. Os melhores são sempre aqueles que aprenderam a nos amar e que são capazes de demonstrar isso todos os dias. Ah, me conta o que você pensa sobre isso. Quero muito saber!
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