Se você não assistiu ao filme estrelado pelo Jim Carrey, que se chama Sim Senhor, perdeu uma boa oportunidade de rir pouco e pensar muito (ainda bem que dá tempo de pegar em DVD!). A história é a de um cara que vive frustrado achando tudo uma droga: o emprego, as mulheres, os amigos, a vida, enfim. Só que, quanto mais reclama, mais vai afastando as pessoas e mais frustrado fica. Vendo o personagem assim, no comecinho do filme, me lembrei de mim mesma e de um monte de gente que eu conheço. Ao ver essas cenas, talvez você também se reconheça. Ou vai dizer que nunca usou a frase “que droga de vida eu tenho” como um mantra às avessas, repetido mil vezes num dia? Pois é, quanto mais fazemos isso, mais nos tornamos chatos, pesados, até para nós mesmos. E aí as coisas emperram de vez: os pais resolvem dar bronca, os irmãos fazem complô pra te irritar, a aula vira um troço interminável e insuportável... e por aí vai. Não que você e eu e o resto da humanidade não tenhamos o direito de achar a vida uma droga de vez em quando. E de esbravejar por causa disso, arrumar briga à toa, implicar até com a sombra nesses dias. Faz parte e tem horas que o mundo parece estar contra nós, tirando uma com a nossa cara mesmo. Só que nem sempre as pessoas e as coisas estão erradas. Às vezes, nós é que estamos contra o mundo, fazendo um esforço danado para continuar infelizes e reclamonas. Duvida?
No filme, o tal personagem do Jim – que por acaso se chama Carl – começa a perceber que estava fazendo isso quando topa participar de uma seita maluca em que as pessoas são convidadas a dizer “sim” pra tudo. Apesar de entrar nas maiores roubadas, seu novo comportamento colabora para que tudo ao redor fique mais divertido: o trabalho, os amigos, as garotas... Ele descobre novos hobbies, se abre para conhecer gente nova, passa a olhar mais de perto o problema dos outros e ajuda como pode. Com tudo isso, volta a sorrir, experimentando uma felicidade que jamais sonhou em conhecer.
É claro que não se trata de sair por aí dizendo “sim” a tudo e a todos, o que só dá certo no filme mesmo. Mas, talvez, de ter uma atitude mais positiva perante a vida. Isso eu acho que funciona. Significa sorrir mais, olhar a vida com mais curiosidade, tentar julgar menos as pessoas que se aproximam de você, dando uma chance a elas de mostrar quem realmente são antes de ignorá-las ou tratá-las com indiferença. Isso vale também para os meninos. Dizer sim à vida é descobrir que ela oferece uma montanha de possibilidades, é só a gente abrir bem os olhos e tentar enxergar mais longe. Sonhar e fazer planos é uma maneira de sair do tédio, da frustração, da raiva de si mesma, de tudo e de todos. Até as coisas chatas, as obrigações do dia-a-dia, podem deixar a gente menos estressada se adotarmos a tal mudança de comportamento do Carl. Vai adiantar reclamar delas? Arrumar encrenca com o professor, com o coordenador, com o diretor, com sabe-se-Deus-quem? Então, fofa, relaxa, deixa passar o pior e bora ser feliz assim mesmo.
As outras pessoas vão notar a diferença sem que você precise dizer palavra. E, de repente, vão começar a se aproximar espontaneamente. O mundo ao seu redor começa a mudar, porque o mundo dentro de você finalmente mudou. Simples assim.
Eu precisei ver um filme para me lembrar que a vida merece ser vivida com gosto, com prazer, com ousadia. Que só assim vale a pena. E percebi que a luzinha no fim do túnel se acendeu e começou a crescer e crescer, conforme eu me convencia de que tudo podia ser melhor. É isso aí. Eu sorri pra vida, cheia de gratidão e esperança, e ela me sorriu também. Experimenta aí e depois me conta se deu certo o seu momento “diga sim” (caixapostalblog.blogspot.com).
segunda-feira, 6 de abril de 2009
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